Os portugueses teimam em não querer pensar por si próprios

Os portugueses teimam em não querer pensar, abdicando mesmo de ter opinião própria, e nesse sentido limitam-se a seguir a "manada" e o primeiro politico ou senhorial criatura que lhes promete aquilo que
eles querem ouvir. E este é sem dúvida o maior falhanço da democracia portuguesa e também o maior desaire para Portugal e os portugueses, de ontem, de hoje e de amanhã!
O povo português gosta de ouvir um politico bem falante, de discurso difuso mas austero nas palavras, e que lhe diga o que ele espera ouvir, não importa o conteúdo do que diz,  as promessas que faz, ou mesmo a sua moral, carácter, a sua capacidade ou competência. Limita-se a existir passiva e comodamente por entre laivos de uma fraternidade sempre toldada pela inveja e a seguir passivamente as opiniões que a imprensa, devidamente formatada, lhe oferece ao “telejornal”, junto com a dos seus clubes (ou partidos) e dos seus venerados “deuses”, que para ele sempre têm reservada e preparada à boa maneira de manipulação de mentes simples, tal qual sermão e missa cantada de outros tempos, numa espécie de homilia dominical. Nunca se questiona ou ousa divergir da opinião que o domina e lhe é imposta pelos sistemas mediáticos que o controla e sempre consegue amansar.

O português tipico (e genéricamente o de ontem, com menos escolaridade e até analfabeto e o de hoje “licenciado”, mas de plena iliteracia) vai ao rubro e coloca no pedestal qualquer criatura que tenha nascido com os dons da esperteza saloia e a manhosice terna, e na forma exacta em que o descreveu Wilhelm Reich - “Escuta Zé Ninguém :  já há muito que andava para te dizer umas coisas. Mas tu só dás ouvidos aos grandes, gostas de te sentir submisso. Afinal, o que farias se te visses livre? És um pobre coitado, medroso, cobarde, ignorante e naturalmente deprimido. Desprezas-te a ti e aos outros, meu enfermo maldito.
E se te interrogo, respondes-me: «mas que posso eu fazer?». És assim e não queres ser diferente. Aliás, a mudança arrepia-te e perturba-te a segurança medíocre que cuidadosamente alimentas dia após dia. Meu desgraçado, quem és tu para teres direito a opinião própria? Em casa dás pancada na mulher e nos filhos, na taberna embebedas-te como um porco e ainda te restam forças para conspirares contra mim! Que hei-de fazer, meu grande malandro? Não tens onde cair morto nem vivo. Cultivas a tacanhez, a cobiça e a inveja como um jardineiro planta as ervas daninhas no seu próprio jardim. És assim porque queres, meu grande cão. Enquanto queimas criaturas em fornalhas contínuas a responder-me: «mas que posso eu fazer?». Não percebes, meu aldrabãozeco, que todos os grandes pecados da humanidade ..”.

E sobretudo escolhe sempre o caminho mais fácil, que é o de seguir os seus “deuses” e senhores, sem ter que reflectir ou pensar (criticamente) sobre as opções que se lhe deparam. Tal como um rebanho, sempre pronto a seguir instintivamente o seu pastor, estará este povo sempre nas mãos dos seus pastores (mandatados pelos lobos manhosos da nossa praça), e independentemente das “boas” ou más intenções intenções que possam ter os referidos encaminhadores de “almas perdidas”. Os portugueses são de facto “almas perdidas” que não ousam questionar as ideias e as decisões politicas que mexem com as suas vidas, e que sempre lhes são impostas, na maioria das vezes constituindo mesmo um atentado à sua dignidade.  E menos ainda capazes de se questionarem a si próprios,  às suas crenças e convicções, que para cúmulo, resolveram tomar para a sua vida inteira. São ‘ipsis verbis’, “almas perdidas” cujo “fado lhes talha o destino e marca a hora” e um povo “que talha com as suas próprias mãos as tábuas do seu caixão” e que “preferem morrer a ter que pensar”. Aliás é o que acaba por lhes acontecer fatal e tristemente, sempre marcado pelo compasso de um qualquer “faducho” à maneira!

Infelizmente, e ciclicamente, os mais diversos pastores destas pastagens têm-se revelado sempre ajectamente maus e invariavelmente conduzido o seu dedicado e servil rebanho à toca do lobo mau. Mas ainda assim este povo conforma-se com o seu destino, não se zanga, não se opõe, não grita a sua revolta e cala a opressão, na expressão mais cândida que desde que me conheço, sempre me ecoa ao ouvido  - “que posso eu fazer ? Sempre foi assim e sempre assim será! “.
Mas direi eu “que estranha forma de vida ! “..
Vive este povo a sua amargura na maior agrura, sem capacidade de sonhar e sem esperança ou ânimo, e logo se reagrupa e prepara para seguir de novo um qualquer mau pastor que se lhe apresente, e  por certo o conduzirá sempre fatalmente ao desaire e à maior pobreza e miséria sem fim!

Por tudo isto a “A politiqueirada portuguesa é uma gentalha execranda, parlapatona, intriguista, charlatã, exibicionista, fanfarrona, de um empertigamento patarreco — e tocante de candura. Deus. É pois isto a democracia?  “ Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 2' (c)

Neste sentido, em Portugal "a democracia consiste em escolhermos os nossos ditadores, depois de nos dizerem o que achamos que queremos ouvir." [ Lei de Murphy]

"Ó respeitáveis enganadores que troçais de mim!
Donde brota a vossa politica,
Enquanto o mundo for governado por vós?
Das pulhaladas e do assassínio! " [ Charles de Coster ]

Francisco Gonçalves “in” 07Jan2014

Nota: Estando eu fora da manada e recusando-me a aderir à loucura colectiva que nos destrói como nação, quero deixar bem claro que este artigo não foi escrito segundo o acordo ortográfico vigente (mas que não está em vigor!) e que a sua redacção não obedece minimante aos cânones do “politicamente correcto” nem se submete à tirania do “lápis azul” desta democratura que nos des-governa.

And..That’s all folks !

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